domingo, 11 de dezembro de 2011

A DITADURA DA ESTÉTICA

Para entender os trajes das suas filhas e amigas, bem como os dos homens conheça melhor os mecanismo da indústria da moda. Ela dá emprego a milhões de pessoas e movimenta bilhões dólares, euros, rublos, ienes e reais por ano. Envolve o campo onde se planta a matéria prima, a indústria, que a beneficia, o comércio que a vende e a mídia que a divulga. Para que se mantenha tantos empregos, a cada ano é preciso motivar principalmente as mulheres, os jovens, os adolescentes e as crianças ao desejo de mudar o guarda-roupa. Isto se faz pelas modelos, pelos trajes das pessoas em destaque, pelo marketing, pelo merchandising, pelas imagens. Por isso os trajes da estação precisam ser vestidos e mostrados. Nos estágios finais, a mulher é o sujeito e o destinatário mais visado. Se ela não mudar o guarda roupa dela, das filhas, do marido a industria do tecido e da moda entrarão em colapso. Os panos do corpo e os panos da casa seguram milhões de empregos.
Dos homens se espera que usem calções ou shorts masculinos para determinadas ginásticas, esportes ou competições. Eles se cobrem. Das mulheres, alguém determinou que se espere, para determinados, esportes usem biquínis ou tangas. É o caso do voleibol.
Percorra os programas de auditórios e veja como se vestem os homens e as moças. Eles se cobrem, ela se revelam. Sob o pretexto de dança, comédia ou esporte alguém decidiu que despir as moças e vestir os rapazes dá mais audiência. Mesmo quando o auditório feminino, as moças se revelam mais porque lá fora há telespectadores a serem conquistados. Os homens prestarão mais atenção se houver mais corpos femininos à mostra.
Não tente entender estes corpos expostos à luz da ética. Na era dos holofotes do visual quase tudo é visto à luz de estética. Até mesmo os religiosos que desejam o sucesso para anunciar sua fé são escolhidos ou produzidos, se aceitam isso, em função da aparência. A mensagem tem que ser erótica, ou não podendo, seja vistosa e convidativa.
Isso explica porque em pleno Natal um sacerdote pregava a vinda de Jesus ao mundo com três mamãe noelas de saias curtas ao fundo. Era Natal. O padre falava de um menino e a mídia falava de mulher lindas , versão feminina de Papai Noel que dá presentes. Duas éticas debaixo da mesma estética.
Não são poucos os exemplos de imposição dos estilistas. A visão deles não é a mesma da sociedade ou dos crentes que formariam 90% da população e que costumam ter uma visão mais rígida do corpo. Mas quem tem o meio, os veículos, o dinheiro e o marketing são eles. Então eles vestem hoje a mulher que aparece para que em pouco tempo as outras lhes sigam o exemplo. E seguem. A moda ganha as ruas, as quadras, as praias e os palcos.
Por mais influência que tenham as igrejas perdem. Na era do “ sou visto, logo existo”, segundo Baudrillard, vence a estética, perde a ética. Não se perderia absolutamente nada se as moças que dançam vestissem roupas vistosas e mais longas, ou se as que jogam voleibol usassem calções como as que jogam futebol. Mas alguém criou aquele traje e hoje é impensável uma dupla que use o mesmo que as jogadoras de outros esportes vestem.
Perderam os pregadores de Bíblia e de Corão. Pelo menos aqui no Ocidente. Venceram os estilistas associados aos midiáticos. Imoral? Não necessariamente. Apenas ditatorial. Entre o que consideravam ditadura da moral cristã ou muçulmana e a ditadura de algumas indústrias que dependem da estética, venceu a ditadura da moda. Lembra os carrinhos de supermercado com crianças em baixo a dirigirem o veículo. Elas pensam que dirigem, mas vão onde a mãe as leva. Grande número de compradoras também pensam que escolhem, mas na verdade não resistem às tendências da estação. Pergunte aos psicólogos e sociólogos. Há uma enorme diferença entre quero vestir e tenho que vestir… A urgência da estação renova os estoques e, de certa forma, os salários. Por isso , ousar e inovar em cima do corpo feminino é fundamental. Para isso a televisão e os esportes são determinantes. E isso, em grande parte, explica aqueles trajes! Igrejas não produzem moda!
 
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