Mulheres,
crianças e adolescentes continuam sendo vítimas da Aids, os médicos chegam cada
dia mais preocupados à conclusão de que a Aids só se cura com mudança de
comportamento. Toxicômanos insistem em partilhar seringas, adolescentes
continuam confiando em parceiros que mal conhecem, esposas são infectadas por
maridos infiéis.
O
comportamento daquele taxista que abertamente admitia ir à prostituição duas
vezes por semana revela esta faceta cruel do ser humano. Perguntado sobre a
esposa, disse que não iria se segurar só por causa dela. Queria o seu prazer,
já que ela estava velha e não lhe dava o que ele queria. Nenhum amor, nenhuma
renúncia e, ainda por cima, a mentira que pode ser fatal. É equivalente a uma
roleta-russa ou ao assassinato premeditado. Se ele morrer, morre ela. Ele morre
se arriscando, e ela, sem saber.
Muitos
médicos são radicais. Advogam mais disciplina, mais renúncia, sexo fiel, e
assim mesmo com os cuidados de quem confia desconfiando. Várias Igrejas são
ainda mais radicais. Abstinência, cuidado permanente, camisinha sempre. E há os
religiosos que nem camisinhas admitem. Aí complica, porque quando um dos
membros do casal é fiel a Deus e à Igreja e por razão de fé não usa camisinha,
mas o outro abusa dessa confiança e engana, a pessoa de fé corre o risco de
morrer mártir. Não deixa de ser assassinato!
Assunto
grave −
Médicos, sacerdotes, psicólogos e assistentes sociais não encontram respostas.
Passa então pela renúncia. E há pessoas que não aceitam mudar, não mudam,
insistem e quebram todas as regras de conduta. Para a Aids não existe nenhuma
proteção senão a do indivíduo que cuida de si mesmo! A maioria não cuida.
A mudança
de comportamento de quem está contaminado e de quem poderia se contaminar é o
único jeito de controlar a Aids. Muitos drogados não aceitam, pessoas
prostituídas nem sempre, seus “clientes” às vezes as forçam. E ainda existe a
transfusão de sangue mal processado e mal controlado. O mundo não estava
preparado para essa epidemia e continua não sabendo como impedir o seu avanço.
Aparentemente, a urgência do prazer, da cama e da seringa acaba sendo mais
importante do que a vida! O sexo agora pode matar. E é o que tem acontecido.