quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Aids e atitude – vida é mais importante que busca do prazer


Mulheres, crianças e adolescentes continuam sendo vítimas da Aids, os médicos chegam cada dia mais preocupados à conclusão de que a Aids só se cura com mudança de comportamento. Toxicômanos insistem em partilhar seringas, adolescentes continuam confiando em parceiros que mal conhecem, esposas são infectadas por maridos infiéis.

O comportamento daquele taxista que abertamente admitia ir à prostituição duas vezes por semana revela esta faceta cruel do ser humano. Perguntado sobre a esposa, disse que não iria se segurar só por causa dela. Queria o seu prazer, já que ela estava velha e não lhe dava o que ele queria. Nenhum amor, nenhuma renúncia e, ainda por cima, a mentira que pode ser fatal. É equivalente a uma roleta-russa ou ao assassinato premeditado. Se ele morrer, morre ela. Ele morre se arriscando, e ela, sem saber.

Muitos médicos são radicais. Advogam mais disciplina, mais renúncia, sexo fiel, e assim mesmo com os cuidados de quem confia desconfiando. Várias Igrejas são ainda mais radicais. Abstinência, cuidado permanente, camisinha sempre. E há os religiosos que nem camisinhas admitem. Aí complica, porque quando um dos membros do casal é fiel a Deus e à Igreja e por razão de fé não usa camisinha, mas o outro abusa dessa confiança e engana, a pessoa de fé corre o risco de morrer mártir. Não deixa de ser assassinato!

Assunto grave − Médicos, sacerdotes, psicólogos e assistentes sociais não encontram respostas. Passa então pela renúncia. E há pessoas que não aceitam mudar, não mudam, insistem e quebram todas as regras de conduta. Para a Aids não existe nenhuma proteção senão a do indivíduo que cuida de si mesmo! A maioria não cuida.

A mudança de comportamento de quem está contaminado e de quem poderia se contaminar é o único jeito de controlar a Aids. Muitos drogados não aceitam, pessoas prostituídas nem sempre, seus “clientes” às vezes as forçam. E ainda existe a transfusão de sangue mal processado e mal controlado. O mundo não estava preparado para essa epidemia e continua não sabendo como impedir o seu avanço. Aparentemente, a urgência do prazer, da cama e da seringa acaba sendo mais importante do que a vida! O sexo agora pode matar. E é o que tem acontecido.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PREGADORES E CANTORES

Chego perto dos 40 anos de canção.
E é claro que tenho algo a dizer sobre isso de cantar na Igreja.
Não é que saiba tudo, mas quem enfrentou anos de paciente exercício
deste ministério e ouviu de tudo a favor e contra
tem algo a partilhar. E é o que estou fazendo,
como sacerdote e como professor de comunicação.
Uma canção vai muito mais longe do que uma palavra
Não é melhor nem mais substanciosa do que uma palavra.
Apenas a enfeita e projeta um pouco mais
Por isso, sempre que possível devemos trazer
a canção para perto das nossas pregações.
Quem se faz cantor e privilegia a canção faz uma boa coisa
Quem quer ser pregador e eventualmente cantar
tornando a canção secundária faz uma boa coisa
Há profetas que falam e há profetas que cantam
E há quem faça as duas coisas.
Eu faço as duas coisas, mas se tiver que escolher
Seguramente escolherei pregar.
A canção pode e deve esperar.
O bispo que me ordenou não pôs nem um violão,
nem gaita nem piano em minhas mãos.
Pôs uma Bíblia, um pão e um cálice.
Daquele dia em diante entendi que deveria resistir
à tentação de cantar só porque alguém deseja me ouvir cantando.
Se o que tenho a dizer não puder ser dito cantando
e se a letra da canção não ajudar o texto bíblico
ou o que o Papa ou os bispos mandaram dizer
eu simplesmente não canto.
Minha canção seria um enfeite errado no lugar errado.
Atrapalharia a Palavra da Igreja.
Se porém minha canção ajudar então eu canto.
Existe uma hora em que o pregador pode cantar
e há um outra em que ele não deve cantar.
Mesmo que não seja compreendido nem aplaudido
pelos que querem ouvir sua canção.
Jesus não precisa de cantores
e sim de anunciadores de seu evangelho.
Se pudermos anunciá-lo cantando, cantemos.
Se cantar ficar tão importante
que a canção abafa o sermão ou a leitura do dia
suprima-se a canção e silenciem os cantores.
O povo não vai à missa para cantar. Vai celebrar.
E é perfeitamente possível celebrar sem cantar.
Infelizmente também é possível cantar sem celebrar.
Isso acontece quando o texto da missa está dizendo uma coisa
e os cantores outra, só porque o grupo gosta daquela melodia.
Tais cantores não estão celebrando.
Estão apenas enchendo a missa de música errada.
Nós que cantamos devemos pedir a Deus e á Igreja que nos corrijam
se estamos dando excessiva importância ao canto nas igrejas.
A canção continua sendo o chantili do bolo.
Dá-lhe um sabor especial, mas não pode substituir o bolo.
Nenhuma canção tem tanto conteúdo!
Entre cantar e falar, falar continua mais importante.
Que nós cantores aprendamos a falar e pregar.
Sobretudo se formos sacerdotes!
Os bispos não ordenam cantores. Ordenam pregadores!
Padre Zezinho, scj.
http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/archives/7777

sábado, 5 de janeiro de 2013

Retorno


Cá estou eu vivendo a mística dos retornos, precisei coragem para chegar e adentrar os labirintos do tempo e rever coisas em meu coração, sentir saudade de pessoas que partiram e aprender que ando mais necessitado de passado do que de futuro. O futuro não existe e por isso me imagina. O passado sabe quem sou. Rever minha vida neste ano que passou é vontade de acertar o que errei, e aperfeiçoar o que faço de bom para continuar fazendo com o mesmo sorriso e o mesmo amor, o passado é o guardião de minhas memórias por isso retorno para recordar lembranças que me confessam.
O choro da saudade é inevitável, só que ama chora. Não por fraqueza, mas porque amou. Chorar de saudade que tem importância em minha vida e trazem um significado para vida toda, e com isso aprendo as simetrias de minha vida para voltar ao cordão de minhas origens e pisar as areias brancas da cidade que viu nascer; de pessoas que sabe quem sou e me ensinam quando erro, e fazem por que me amam, esses são meus amigos. Mudar de vida e deixar para traz o que não soube ficar, o que não soube compreender, o que não soube ser amigos esses passam assim como o rio segue seu curso de vir a ser, de desaguar no mar e ser por completo.
Em minha vida estou sempre partindo, estou sempre chegando é engraçado, mas desaprendi de ficar minha vida é uma aventura onde renovo a cada dia o compromisso de ser inteiro ainda que no fragmento que fica na estadia daquele encontro. Em meu coração levo um pouco de cada chão pisado, de cada amigo conquistado mesmo que seja num intervalo de um chegar e outro partir, de um encontro ainda que pequeno e mesmo assim há um parentesco espiritual que nos aproximou mesmo que para uma conversa curta ou longa.
Sigo minha vida quarado de sol, molhado de chuva, alma lavada por cada lagrima, cada sorriso que vi brotar em cada rosto. Eu sou um andarilho nesse mundo de meu Deus, onde descobri desde cedo que as belezas da vida me chamam, grita meu nome e eu vou porque depois de muito andar de vasculhar as estradas e destinos tantos descobri que o melhor lugar do mundo sou eu mesmo.
Rafael Camargo.