segunda-feira, 25 de julho de 2011

O amor me faz um vencedor

Esta quinta feira de adoração começou com muita amorosidade e vimos que Paulo foi um líder amoroso. Jesus tinha a palavra da ternura, mas também tinha a palavra do vigor e Paulo também era assim, de vez em quando tinha que puxar a orelha do povo.

Paulo disse que o amor tudo desculpa, tudo espera e tudo suporta, nós devemos amar com gestos concretos, o amor é dar a vida por alguém, o amor não pode ser somente afetivo, mas também efetivo, nosso amor deve ser inteligente.

Pedro passou três anos com Jesus e passou por diversas provas para chegar a ser o primeiro Papa, pois ele respondeu a muitas questões de Jesus e acertou, porém em outras ocasiões ele também errou. Pedro após a ressurreição de Jesus recebe outra pergunta de Jesus quando os dois se encontram, Jesus diz a ele: “Pedro tu me amas?” e ele responde: “Tu sabes que te amo!”, mas logo depois Pedro quer impedir Jesus de seguir seu caminho e Jesus lhe repreende.

Jesus pergunta a mesma coisa novamente a Pedro, “Pedro tu me amas!”, pois Jesus na verdade queria saber se ele teria coragem de dar a vida por Ele, e Pedro responde novamente: “Tu sabes que te amo!”. Pedro foi sincero ele sabia que não era amoroso ao ponto de dar a vida por Jesus, ele só tinha o amor “Philia” por Jesus, o amor de amizade.

O amor tem que ser efetivo, mostrado com os gestos silenciosos, assim como Pedro fez quando foi para a cruz ele não permitiu que o crucificassem do mesmo jeito do seu mestre Jesus. Ele fez seu gesto silencioso de amor no último momento de sua vida, pois entendeu o que era o amor.

Jesus não fazia sinais e curas espetaculares, eram sinais e curas amorosas, era um transbordamento do amor. Certa vez uma mãe me perguntou se era certo bater no seu filho e eu perguntei a ela: “O que você acha?” e ela me disse: “Ás vezes eu fico com raiva e dou umas palmadas nele.” e eu disse a ela, “Se for para bater, dê palmadas amorosas!”, hoje em dia nós não aprendemos a amar como devemos.

O amor deve ser resiliente, ou seja, aquilo que após sofrer algum impacto tem a capacidade de voltar à sua forma normal. Nós somos seres resilientes, por exemplo, quando morre alguém na família nós temos a impressão de que não suportaremos, é um verdadeiro impacto, mas nós depois de algum tempo conseguimos superar aquele impacto e continuar a vida.


Muitas vezes nós queremos ser resistentes e não somos resilientes, acontece muito mais com as mulheres, quando surge uma doença, ou vamos suportando muitas coisas e chega uma hora que quebramos, pois não agüentamos, neste caso até fomos resistentes e mas não resilientes.

Na África, as pessoas pegam macacos com a seguinte tática, colocam uma frutinha em uma cumbuca, o macaco é atraído e coloca a mão na cumbuca para pegar a fruta e fecha a mão e não consegue mais tirar a mão dali, pois não tem a capacidade de raciocinar e abrir a mão para soltar a fruta e se livrar. Há muita gente vivendo assim de forma egoísta, existem maridos metendo a mão na cumbuca e não abre a mão para nada, preso ao seu “eu”.

O problema do mundo não é uma crise econômica e sim uma crise de amor, precisamos dar a vida, alguém precisa dar a vida, você que cansou de remendar as coisas, de remediar as coisas, você que quer se unir àquele que deu a vida para salvar o mundo, dê o primeiro passo, o amor é feito de passos.

O amoroso é um combatente e é também um vencedor, pois o amor nos faz um vencedor!

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domingo, 17 de julho de 2011

Quem ama se faz presente

O segredo daquilo que Jesus pediu em Mateus 11,28. "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas". Vou dizer uma frase que eu gostaria que você decorasse, não apenas na mente mas também no coração. 'Quem ama se faz presente'. Jesus é especialista em se fazer presente na vida de cada um, deixando a sua marca.

Você é filho do amor e quem ama se faz presente. Para isso Jesus derrama a sua graça nos corações que estão abertos. Um presente é uma pálida recordação. Deus é muito mais do que um presente, Ele se faz presente.

Ele promete, dar-nos a graça para cumprirmos os nossos deveres. Muitas vezes o seu ministério, a sua missão passa pelo sofrimento, mas o Senhor vai ajudá-lo a cumprir o seu dever, naquilo que Ele mesmo lhe confiou, seja no ministério de música, no seu trabalho ou na sua família. Os teus sofrimentos unidos aos sofrimento de Jesus na cruz, vão ajudá-lo, esta é uma verdadeira escola do céu, porque todos os dias estaremos fazendo como São Paulo, nos unindo aos sofrimentos de Cristo.
Os sofrimentos e lágrimas nos fazem mais íntimos de Jesus.
Quando o povo não sabia mais para onde ir, Deus enviou os profetas com palavras de ciência, sabedoria, profecias. O profeta fala e a igreja vai discernindo. Nunca despreze um profeta, mas também não leve ao pé da letra, pois o discernimento é fundamental. Para isso é que existe o diretor espiritual, para que você, busque o direcionamento do Espírito Santo. Nós somos como o barco a vela, que o vento nos leva de um lado para o outro, e por isso Deus coloca na nossa vida pessoas para nos direcionar.

Deus chamou Moisés, e o deu os dez mandamentos, e todas as vezes que o povo olhava para aquela taboa onde estava escrito os mandamentos, eles sentiam a presença de Deus, por isso eles a colocaram dentro da Arca da Aliança. Deus dizia a eles: 'Eu estarei convosco'. Por isso precisamos pedir todos os dias o cumprimento desta promessa nas nossa vidas.
Em Ezequiel 36, o Senhor nos faz uma promessa profética, nos prometendo arrancar o nosso coração de pedra e nos dar um coração de carne. Então nós já pedimos: 'Cumpre em nós esta promessa, derrama a sua unção, dá-nos um coração de carne, vem dar-nos uma nova unção, restaura o teu povo Senhor e serás o nosso Deus e nós seremos o teu povo.

Jesus nos promete: 'Eu vos darei a graça'. E nós pedimos: 'Daí me a graça Coração de Jesus, eu confio nas promessas do Senhor, dai-me a graça Coração de Jesus'. O Sagrado coração de Jesus é um refúgio seguro na hora da morte, o Senhor nos dá a sua benção, e ainda que pecadores o Senhor diz que em seu coração nós pecadores acharemos a ponte da misericórdia. Deus tem entranhas, Ele gera cada um de nós na sua misericórdia.

Ele quer fazer de nós, homens e mulheres cheios da Graça e fervor ainda que estejamos tíbios. E o que é tíbio? É uma frieza espiritual, é aquele que perdeu o gosto pelas coisas, pela oração, já não sente mais gosto em participar da Santa Missa, falta-lhe unção. Muitas vezes viramos garçons, servimos e não experimentamos, isto é viver a tibieza.

Jesus promete a Santa Margarida Maria, que também aquelas almas tíbias se tornarão fervorosas. Esta é uma das promessas do Sagrado Coração de Jesus, e quem não deseja ser fervoroso? Por isso pedimos: Dai-nos o fervor na oração ó coração de Jesus. Eu confio nas promessas do Senhor. E as almas que já são fervorosas se elevarão rapidamente a um estágio de perfeição.

A Bíblia diz: "Sede perfeitos, como vosso Pai do céu é perfeito". Então ser santo é ser perfeito, mas a perfeição está em ser misericordioso. E para termos um coração misericordioso, precisamos ter o coração de Jesus, e assim poderemos dizer como São Paulo: “Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim”.

O Santo Padre , o Papa Bento XVI disse que o padre deve ser transparente quando celebra, para que todos possam ver Jesus através de nós e não escondamos Jesus. Se dizemos que estamos crucificados com Cristo, e as pessoas não veem Jesus em nós sacerdotes, então é porque não estamos sendo transparentes.

O Senhor promete também, abençoar a todos que tiverem em casa a imagem do Sagrado Coração Jesus. Muitos dizem que idolatramos imagem, mas se carregamos no bolso nossa foto, que somos pecadores, porque é que não podemos levar a recordação da imagem do Sagrado coração de Jesus?

Jesus prometeu também dar aos sacerdotes o dom de tocar até os corações mais empedernidos. O Senhor está vivo, Ele está no meio de nós, não interessa os nossos crimes e defeitos, Deus é capaz de nos perdoar. E com olhos de misericórdia Jesus nos diz,  "Ninguém te condenou, nem eu te condeno, vai e não peque mais".

Das doze promessas, o Senhor prometeu que os devotos do seu Sagrado Coração terão seus nomes escritos em suas mãos, e a grande e maior promessa é que Ele estará conosco até o fim.

http://www.cancaonova.com/portal/canais/eventos/novoeventos/cobertura.php?cod=2413&pre=6536

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Parada Gay: respeitar e ser respeitado - por Odilo Scherer

Eu não queria escrever sobre esse assunto; mas diante das provocações e ofensas ostensivas à comunidade católica e cristã, durante a Parada Gay deste último domingo, não posso deixar de me manifestar em defesa das pessoas que tiveram seus sentimentos e convicções religiosas, seus símbolos e convicções de fé ultrajados.

Ficamos entristecidos quando vemos usados com deboche imagens de santos, deliberadamente associados a práticas que a moral cristã desaprova e que os próprios santos desaprovariam também. Histórias romanceadas ou fantasias criadas para fazer filmes sobre santos e personalidades que honraram a fé cristã não podem servir de base para associá-los a práticas alheias ao seu testemunho de vida. São Sebastião foi um mártir dos inícios do Cristianismo; a tela produzida por um artista cerca de 15 séculos após a vida do santo, não pode ser usada para passar uma suposta identidade homossexual do corajoso mártir. Por que não falar, antes, que ele preferiu heroicamente sofrer as torturas e a morte a ultrajar o bom nome e a dignidade de cristão e filho de Deus?!

“Nem santo salva do vírus da AIDS”. Pois é verdade. O que pode salvar mesmo é uma vida sexual regrada e digna. É o que a Igreja defende e convida todos a fazer. O uso desrespeitoso da imagem dos santos populares é uma ofensa aos próprios santos, que viveram dignamente; e ofende também os sentimentos religiosos do povo. Ninguém gosta de ver vilipendiados os símbolos e imagens de sua fé e seus sentimentos e convicções religiosas. Da mesma forma, também é lamentável o uso desrespeitoso da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus – “amai-vos uns aos outros” – como se ele justificasse, aprovasse e incentivasse qualquer forma de “amor”; o “mandamento novo” foi instrumentalizado para justificar práticas contrárias ao ensinamento do próprio Jesus.

A Igreja católica refuta a acusação de “homofóbica”. Investiguem-se os fatos de violência contra homossexuais, para ver se estão relacionados com grupos religiosos católicos. A Igreja Católica desaprova a violência contra quem quer que seja; não apoia, não incentiva e não justifica a violência contra homossexuais. E na história da luta contra o vírus HIV, a Igreja foi pioneira no acolhimento e tratamento de soro-positivos, sem questionar suas opções sexuais; muitos deles são homossexuais e todos são acolhidos com profundo respeito. Grande parte das estruturas de tratamento de aidéticos está ligada à Igreja. Mas ela ensina e defende que a melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis é uma vida sexual regrada e digna.

Quem apela para a Constituição Nacional para afirmar e defender seus direitos, não deve esquecer que a mesma Constituição garante o respeito aos direitos dos outros, aos seus símbolos e organizações religiosas. Quem luta por reconhecimento e respeito, deve aprender a respeitar. Como cristãos, respeitamos a livre manifestação de quem pensa diversamente de nós. Mas o respeito às nossas convicções de fé e moral, às organizações religiosas, símbolos e textos sagrados, é a contrapartida que se requer.

A Igreja Católica tem suas convicções e fala delas abertamente, usando do direito de liberdade de pensamento e de expressão. Embora respeitando as pessoas homossexuais e procurando acolhê-las e tratá-las com respeito, compreensão e caridade, ela afirma que as práticas homossexuais vão contra a natureza; essa não errou ao moldar o ser humano como homem e mulher. Afirma ainda que a sexualidade não depende de “opção”, mas é um fato de natureza e dom de Deus, com um significado próprio, que precisa ser reconhecido, acolhido e vivido coerentemente pelo homem e pela mulher.

Causa preocupação a crescente ambiguidade e confusão em relação à identidade sexual, que vai tomando conta da cultura. Antes de ser um problema moral, é um problema antropológico, que merece uma séria reflexão, em vez de um tratamento superficial e debochado, sob a pressão de organizações interessadas em impor a todos um determinado pensamento sobre a identidade do ser humano. Mais do que nunca, hoje todos concordam que o desrespeito às leis da natureza biológica dos seres introduz neles a desordem e o descontrole nos ecossistemas; produz doenças e desastres ambientais e compromete o futuro e a sustentabilidade da vida. Ora, não seria o caso de fazer semelhante raciocínio, quando se trata das leis inerentes à natureza e à identidade do ser humano? Ignorar e desrespeitar o significado profundo da condição humana não terá consequências? Será sustentável para o futuro da civilização e da humanidade?

As ofensas dirigidas não só à Igreja Católica, mas a tantos outros grupos cristãos e tradições religiosas não são construtivas e não fazem bem aos próprios homossexuais, criando condições para aumentar o fosso da incompreensão e do preconceito contra eles. E não é isso que a Igreja Católica deseja para eles, pois também os ama e tem uma boa nova para eles; e são filhos muito amados pelo Pai do céu, que os chama a viver com dignidade e em paz consigo mesmos e com os outros.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 28.06.2011
Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

"Maria, ternura de Deus"