segunda-feira, 27 de junho de 2011

Coração humilde e humano de Jesus

Ontem foi um dia da graça. Eu penso que o lar da família de Nazaré era um lugar de alegria, da graça de Deus. Aqui, estou falando de uma alegria, que é fruto do Espírito Santo e não de uma alegria que se assemelha a uma simples euforia, algo que logo passa. Peço ao Espírito Santo que nos conceda esta alegria, que somente Ele pode nos conceder.

Também, no dia de ontem, refletimos sobre a mansidão do Coração de Jesus. Pudemos ir constatando que o Senhor é quem nos concede este peso leve – como ensinava Santo Agostinho – que se assemelha às penas do pássaro que permitem a ele alçar voo.
A cruz é este "fardo suave" que nos permite alçar voo rumo ao céu.
Jesus soube lidar com Seus apóstolos com um Coração manso. E Aristóteles já nos ensinava que a mansidão é este equilíbrio entre o excesso de ira – que podemos traduzir por violência – e a ausência dela. Vimos também que a mansidão de coração é o mesmo que ter um coração aberto.

Hoje, quero falar sobre a humildade do Coração de Jesus. Gente, desde 1976 eu estudo sobre a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus! E, somente hoje, O Senhor me revelou algo que eu não tinha percebido: que manso e humilde é praticamente a mesma coisa.

Em algumas boas traduções evangélicas da Bíblia, este “manso e humilde” é traduzido por “gentil”. E o que seria, então, este "humilde" de coração? Seria o mesmo que alguém pobre? Uma pessoa que não é orgulhosa? E Deus não parecia satisfeito com as minhas reflexões teológicas e filosóficas. Mas o Senhor dizia: “Joãozinho, você está chegando perto!” E eu achei que a humildade seria então esta necessidade de aprender mais, porque aquele que diz “saber de tudo” não consegue ser verdadeiramente humilde.

O humilde é aquele que aceita perder para ganhar. A humildade é o princípio da salvação. E Jesus me dizia: “É quase isso!” E eu consultei as minhas diversas Bíblias, as inúmeras traduções e, de repente, o Espírito Santo – como um raio – invadiu meu coração com estas palavras: “João, meu Coração é humilde porque é humano”.

A mansidão é a amorosidade de Jesus e a humildade de Seu Coração reflete sua humanidade. Jesus se fez humano para nos divinizar. Somos feitos à imagem e semelhança deste Amor eterno. Somos feitos à imagem e semelhança desta mansidão. Há aquele ditado que diz: “Filho de peixe, peixinho é!”. Meus irmãos, podemos afirmar que “Filho do Amor, Amorzinho é!”

O Coração de Jesus é inteiro, ou seja, é manso – revelando Seu lado divino – e humilde – revelando Sua humanidade, um Coração frágil como o nosso. É neste equilíbrio entre o divino e o humano que precisamos caminhar. A nossa caminhada se dá entre a militância e a mística.
Não há separação nem confusão no Coração de Jesus. Ele não é somente divino ou somente humano. Muitas heresias tentaram criar esta seperação. Mas, em Cristo, há esta plena comunhão entre o divino e o humano. O Senhor é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Ele não era “50% homem” e “50% Deus”. Não. Jesus é totalmente homem e totalmente Deus. Ele é totalmente manso e totalmente humilde.

E depois que eu aprendi esta lição, o Senhor me fez perceber que esta humildade do Coração de Jesus nos leva à oblação. Ele quer nos conduzir ao milagre da reparação. Há alguma coisa desajustada e distorcida em seus relacionamentos, em sua família, em sua vida, e espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus é a espiritualidade da reparação. Ele quer nos consertar.

Volte-se hoje para Jesus e diga: “Senhor, eu tenho jeito! Eu tenho conserto. Repara-me. Restaura-me”.

Gente, a nossa boca fala do que o nosso coração está cheio. Se o nosso coração está cheio de miséria, nós não vamos pronunciar outra coisa a não ser miséria. Entende? Somos chamados a ser reparadores também. A trazermos dentro do peito um coração cheio de divina mansidão e humana humildade [de Jesus].

Veja: a Santíssima Trindade é maravilhosa! Nosso Deus é solidário. O Pai é “Pai” porque tem um “Filho”. O Filho é “Filho” porque tem um “Pai”. E esta relação de amor se faz no Espírito Santo. Deus não é solitário! Ele não vive sozinho “numa nuvem”.

Não basta você vir aqui e ficar “consumindo” livros, palestras, padres e assim por diante. E depois ir embora cheio das bênçãos. Não, meus irmãos! É preciso fazer a experiência da comunhão. O coração humano se “estende” e se “contrai”. E, se ele não faz este movimento a pessoa morre de infarto.

Tem muita gente “infartando” espiritualmente, porque não faz esta experiência da comunhão com Deus em primeiro lugar, ou seja, não vai à Santa Missa, não frequenta a Paróquia e também não vive em comunhão com o próximo. Meus irmãos, é uma verdadeira tragédia vermos - em nossas ruas – pessoas jogadas ao chão.

Se víssemos a Hóstia Consagrada jogada no chão na calçada, agiríamos prontamente para reparar tal situação, não é verdade? E quando é o nosso irmão que está jogado na calçada? O que temos feito a respeito? Peçamos hoje ao Senhor este coração com ardor missionário. É preciso evangelizar a partir de Jesus Cristo, de seu coração manso e humilde, divino e humano, aberto e solidário. E evangelizar na força do Espírito Santo.

Para terminar, vamos cantar esta canção que resume toda a pregação. A letra dela diz o seguinte: “Jesus, rosto divino do homem. Jesus, rosto humano de Deus”. É isso, meus irmãos, em Jesus Cristo, no Seu Sagrado Coração, encontramos - em plenitude - a mansidão e a humildade.


Padre Joaozinho scj

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Varandas

Na varanda do meu pensamento é aonde Deus se encontra comigo, mas antes disso Ele entra em meu coração e a varanda é um lugar onde a gente tem uma linda conversa de Pai para filho. Que bom eu posso fazer isso e ter a certeza de que Deus cuida de mim.
Eu canto pra ninguém ouvir, mas eu canto pra Deus é a Ele digno de todo meu louvor. Cantar é rezar duas vezes porque o meu violão é um trem dos sonhos que leva o canto pra partir e daí Ele começa a sua obra nas pessoas que tem um coração criança e olhando longe e abraçando o céu, pois o ceu começa nas pedras e eles tentando alcançar com os dedos a felicidade de estar com Deus.
Varandas são assim é ver o sol despontar por detrás dos montes do meu coração e ver que apesar de tudo Ele está sempre conosco, pois meus olhos não tocam a força que a vida é quando o dia vem, e vem com uma folha em branco para você escrever de novo a sua história e aprender com seus erros mas acertar sempre mais.
E quando nós despertamos do sonho acordando que me faz viver e ai que está o bonito é ver o encontro do céu com meu chão e no coração de Deus isso vai acontecer.

Espero que você esteja na varanda tenho um alinda conversa com Deus, se não estiver espero que estas linhas ajudem você a se encontrar com Deus e leva-o ao seu coração e a sua Varanda porque você tem muito que conversar.


Com carinho, rezando por você.

Rafael Camargo

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E quando eu não tenho nada a oferecer?

Mesmo assim, não perca tempo! Neste tempo mais exigente, por causa da saúde de minha mulher, muitas vezes não sei mais o que fazer, dizer, como ajudar. Então fico presente, simplesmente encontrando uma forma de dizer bem alto e claro o quanto a amo e o quanto ela é importante para mim. Cuido da alimentação, fico quieto quando para ela é melhor...
Enfim, quando não tenho nada a oferecer vou aprendendo a dar quem eu sou.
Fácil? Não! Mas me sinto mais perto da experiência de um verdadeiro amor!
Agora vamos rezar juntos? Clique no blog.cancaonova.com/ricardosa.
 fonte: http://www.cancaonova.com/cnova/ministerio/temp/mensagem.php

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Caminhos do Amor

Ninguém cruza nossos caminhos por acaso e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão.
Quando se trata de Amor não existe acaso, mas creio na força de um Deus que Ama seus filhos e os quer feliz.
Basta abrirmos nosso coração para Jesus e Ele faz o resto, ou aquilo que não sabemos fazer Ele se encarrega de fazer e nos presentear com aquilo que fez.
Continuemos nesse embate constante de viver a proeza de amar e ser amado, pois o Amor de uma pessoa nunca é a soma de seus sofrimentos, de suas duvidas, do mal e do bem de toda sua vida, amor nasce de sua própria vida transfigurada, iluminada, reconciliada no coração de um Deus que Ama e nos ensina a Amar para que juntos possam trilhar o caminho da felicidade para que esse Amor se fortaleça a cada dia, passo a passo, pois o Amor não morre, mas vira palavra transfigurada no coração dos amantes que sabe reconhecer o terreno sagrado que é o Amor.
O ódio nos rouba, o AMOR nos devolve.

Com Amor,

Rafael Camargo

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Essência.

Algo tão precioso e grande ao mesmo tempo. Essência e aquilo que dá sentido a vida. Para mim o essencial é o Amor por um motivo muito simples. Sem o Amor não há sentido a vida.
O Amor que tenho me move e Deus me faz Amar e ser Amado. Essência é ter coragem de dizer o que o coração sente. Eu tenho. Amo você. Pronto estabeleci uma honestidade em dizer isso, e sei que é Deus mandando seus sinais, mas só pude estabelecer isso com Deus por que fui honesto no que sinto. Quer mais? Mais uma.
Essencial é voltar para casa ter a certeza de que alguém te espera e que te Ama, mesmo que no silêncio da hora posso sentir que fui bem recebido, é ter coragem de dizer que choro, sorrio e que meu coração tem um desejo de construir em Deus, por Deus e com Deus uma família. É preciso muita coragem para dize. Eu tenho. Coragem tenho de sobra, pois em minha vida aprendi que devemos ser honestos com nossos sentimentos. Amo você. Pronto outra vez meu coração diz isso e sou honesto em expressar isso a você.
Me despeço com um poema belíssimo de Cora Carolina.
Saber Viver
 
 (Cora Coralina)
 
Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar.
Rafael Camargo.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Visita.

Domingo às 10h15mim da manhã a campanhinha de minha casa toca. Eu ainda estou deitado. Levanto para ver quem está tocando a campanhinha e ao abrir a janela da sala me surpreendo, é minha amiga chegando para me visitar. Abro o portão para que ela entre. Há recebo ainda com um pouco de sono, mas feliz. Meu quarto está desarrumado, ela sorri ao ver aquela cena, já que nunca tinha visto meu quarto bagunçado também sorrio com cena.
Conversamos um pouco. E depois de alguns minutos vamos juntos a padaria comprar pão para tomarmos o café. Ao chegar a casa ela pergunta:
– Tem requeijão, respondo dizendo que sim. Tomamos um belo café, aliás, estava muito bem acompanhado.
Ao terminar de tomar o café, voltamos ao quarto. Arrumo minha cama, e organizo o que está fora de lugar.
Nossa conversa continua minha amiga fala de seu coração, fala do seu processo de reconstrução. É que minha amiga está num processo constante de aprendizado para recobrar o valor de sua essência que um dia alguém tentou roubar. Mas não conseguiu.
Em meio a tanta conversa coloco algumas musicas para que ela escute, ao final de cada uma delas percebo seu sorriso ainda tímido. Por vezes o amor se mostra como musica, uma palavra, um gesto, mas também com palavras duras que não comportam negociação, pois que Ama educa e coloca limites.
Ao olhar no relógio e percebo que são 13h00min nossa! O tempo voou. Não, o tempo está sempre no seu compasso. Mas quando estamos com pessoas que amamos saímos do cronos e nos portamos para o Kaíros o tempo da graça. É que por vezes o Amor nos transporta para o Kaíros para se fazer eterno, pois o Amor não morre, mas vira palavra eternizada em nós.
Falamos de muitas coisas, onde percebo que minha amiga está se redescobrindo aos poucos. Convido-a para irmos ao shopping. Pegamos o carro e em poucos minutos estamos no shopping, o estacionamento lotado e paramos o carro no terceiro andar do estacionamento. Descemos as escadas como se fossemos crianças indo ao parque de diversões. Nosso passeio dura aproximadamente duas horas, andamos vimos vitrines entramos numa livraria e depois fomos comer. Algum tempo depois decidimos ir embora, entramos no carro e lá estava nós com uma boa prosa. Ao chegar à casa de minha amiga para deixa – lá ao sair do carro ela disse que nossa conversa iria continuar.
Meu domingo foi iluminado com sua presença.
Hoje aguardo com carinho seu retorno; para que possamos continuar nossa prosa. Já que a mesa das celebrações estão postas; e o alimento é uma boa prosa.
Desejoso de continuidades...
Rafael Camargo

terça-feira, 7 de junho de 2011

Não discutir

Tristes daqueles que aceitam a provocação...
Um dos grandes segredos para sermos felizes é saber enfrentar os problemas com maturidade e serenidade. Se você quer ser feliz, não deixe que nada de negativo invada seu coração. Procure viver a reagir com naturalidade. É claro que vamos nos sentir magoados quando alguém nos ofender. Mas, como já sabemos, é preciso ter serenidade e maturidade diante das críticas e ofensas.
Infelizmente, a maioria das pessoas acha que precisa ter sempre razão acerca de tudo. E isso também tira-lhes a paz interior, pois, sentem-se forçadas a argumentar até as últimas conseqüências. Aí está a causa de tantas brigas, discussões e contendas. Não precisamos ter sempre a última palavra. O outro também pode ter razão; talvez estejamos enganados. Talvez o outro precise de um reforço positivo, talvez também tenha necessidade de se superar. São argumentos que nos ajudam a não perdermos a paz com discussões idiotas.
A Bíblia nos diz que Jesus não discutia nunca. Ele simplesmente respondia, ocultava-se de seus adversários ou se retirava. Em meio a uma discussão que não levaria a nada, “ocultou-se deles” (cf. Jo 12,36). Jesus sabia quem era, a verdade que possuía e a importância de Sua missão. Por isso mesmo, ao ser uma vez agredido, “passando por eles, retirou-se” (cf. Lc 4,30). Ele nunca contestava. Jamais precisou argumentar: "Só saio daqui quando provar que sou o Filho de Deus". Ele sabia que o era.
Essa é uma das grandes ações que podemos e devemos experimentar. Tenho procurado realizar isso em minha vida e tenho percebido, cada vez mais, que os frutos são muito positivos. Por que vou perder tempo tentando me defender? Ora, quando uma pessoa nos acusa, ela o faz por motivos interiores. Ou a estamos incomodando ou questionando algum comportamento seu com nossa atitude. Então ela passa para a defensiva e procura nos provocar. Tristes daqueles que aceitam a provocação. Acabam se nivelando à provocação.
Para manter a paz interior é preciso muito mais que algumas pistas psicológicas. É preciso ter o coração curado. A cura interior nos revela quem somos. Mostra-nos que não precisamos provar nada a ninguém. Basta que saibamos, com humilde e serenidade, diante de Deus, e diante de nós mesmos, quem somos de fato. A cura interior nos ajuda também a mudar o que em nós precisa ser mudado.
Trecho extraído do livro: "Seja feliz todos os dias" Padre Léo, scj
http://www.bethania.com.br/ 

Mudança

"Eu acredito que o mundo pode ser melhor"

Interessante saber que ainda existem pessoas que acredita na mudança das pessoas, para que o mundo fique melhor. Mas a mdança passa o tempo todo por nós, ou seja, começa em nós, passa por nós e termina em nós.
Quer mudar o mundo?
Comece a lavar os pratos.

Deus abençoe.


Rafael Camargo

segunda-feira, 6 de junho de 2011

No Compasso da vida

Coração anda no compasso que pode. Não podemos perder de vista é o que queremos. Quem quer pode, mas quem quer nem sempre tem, pois as escolhas são nossas as conseqüências também. Por vezes a vida requer vagareza em sua caminhada para que possamos ver em plenitude o que nos aguarda.
Aristóteles, fundador do liceu afirmava em sua Ética a Nicômio que todo ser humano tem desejos, escolhas e aspirações. Não podemos andar depressa demais, nem devagar demais, mas no ritmo que me é permitido ir para que possamos ver a totalidade da vida. Andar no compasso ajuda a iluminar nossos desejos. Como saber se estamos sendo conduzidos pela razão ou pela teimosia? Como saber se estamos sendo conduzido pela razão ou pela teimosia de ficar no mesmo lugar e não querer seguir em frente? Mas as respostas estão dentro de nós mesmos e ai vamos precisar de aspiração, do sonho maior que conduz a vida.
Em minha vida tive momentos difíceis para discernir e também momentos difíceis para recomeçar, mas o que prevaleceu em mim foi à coragem de recomeçar e seguir em frente. Fiz muitas escolhas, e muitas delas foram bem acertadas. As que não foram, fiz de cada uma delas ponte para meu crescimento pessoal, espiritual e até profissional. Só consegui porque permiti que a razão atuasse, então consegui ser livre.
Sou verdadeiramente livre porque superei, supero a cada dia os desejos ruins. Por vezes consigo, por vezes não. Mas não desisto. Sou livre, pois respondi com um SIM bem sincero, mas o fiz porque andei no compasso certo junto ao meu coração. E com isso descobri que a sinceridade melhora nossas relações.
Cuidemos do essencial de nossa vida. Cuidemos de nossas escolhas. Lembremos de Tolstoi “A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira”.
Façamos o bem!
Nada mais racional que fazer o bem!
Andemos no compasso que nos é permitido.
Talvez o que tenha aprendido valha para você também.
Santa semana.

Com meu carinho de sempre
Rafael Camargo.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A ERA DAS PEQUENAS EMINÊNCIAS

Excelente é mais do que bom. Alguém é excelente quando sua atividade, seus talentos e suas qualidades estão acima da média. Na Igreja Católica dá-se o título de “Excelência” aos bispos. “Eminência” é título dado a dignitários eclesiásticos que se distinguiram em alguma liderança e foram nomeados cardeais. São estes irmãos chamados cardeais que, por exemplo, elegem o Papa. Eles sabem do seu limite e das exigências da Igreja. A quem mais se confiou deste exige-se mais!…
Nos últimos 30 anos no Brasil, com o crescer da mídia tenho observado outro tipo de eminências. São até excelentes e acima do comum no que fazem, e certamente mereceriam reverências e vênias, porque, por seu trabalho na mídia estenderam o púlpito da Igreja. Só por isso já mereceriam aplausos.
Quem atua na mídia sabe que não é simples nem fácil manter uma emissora de rádio ou de televisão e atuar nela todos os dias. Quem não atingiu a fama, tendo ou não procurado este destaque, não tem idéia dos meandros e das curvas e ciladas de um microfone, uma câmera ou um palco. E as piores ciladas começam dentro do pregador que acha que é o que não é, e que insiste em chamar os holofotes para a sua pessoa. E pobre de quem ousar fraternalmente chamá-lo às falas ou negar-lhe o espaço que ele acha que pode e merece ocupar… Nem cardeais escolhidos pelo Papa são tão ciosos de seu papel de eminência…
Refiro-me a pelo menos dez entrevistas de teólogos, cantores e padres famosos que, nessas últimas décadas, foram à grande mídia não católica ou até anti-católica, lavar a roupa suja de seus conflitos contra seu bispos, contra o papa, contra outras pastorais e contra outros padres. Não se contentaram com os foros que há na Igreja para resolver tais diferenças. Deram entrevistas em páginas amarelas de revistas de grande alcance, em programas de grande repercussão na televisão para justificar suas escolhas, seu casamento, sua rebeldia e seu jeito de ser famosos.
Quem leu a revista “Veja” de 17 de abril de 2011 teve ali um triste exemplo de imaturidade e do que significa sentir-se mais eminente do que se é. É o tipo de entrevistas que deveria ser lida e analisada em todos os seminários e movimentos católicos para os futuros pregadores aprenderem como não ser nem fazer quando tiverem nas mãos um microfone. Chega a ser patética…
O ainda jovem, mas ultra-famoso sacerdote que vendeu milhões de discos e livros, vai a público e confessa sua mágoa e indignação, passados quatro anos, contra a diocese e alguns líderes da mesma que, segundo ele, o humilharam e boicotaram, não lhe permitindo o destaque que ele achou que merecia quando o Papa esteve entre nós no Brasil.
Foram palavras dele na entrevista até agora não desautorizada por ele. Culpa aqueles líderes por sua quase depressão, porque negaram-lhe a realização do sonho de estar diante do Papa. Acabaram escolhendo outro e relegando-o a uma atuação secundária, ao amanhecer, em lugar onde havia poucas pessoas. Acusou-os de dor de cotovelo. Por que outros e não ele que fez tanto pela Igreja?
Mesmo depois de, mais tarde, haver recebido em Roma um prêmio de excelente evangelizador não se aplacou. Pela segunda vez diante da grande mídia, ainda magoado disse que interpretava aquele prêmio como “um cala boca” à diocese que não lhe dera o devido destaque na vinda do Papa quatro anos antes, ao Brasil. Em dado momento reclama que dos padres do Brasil apenas um ligou para cumprimentá-lo pelo prêmio. E dá a entender que não precisa do apoio deles… E declara que ainda espera uma manifestação da CNBB por sua conquista… Psicólogos dariam um nome para esse tipo de atitude…
Tudo, dito com realces de que é humilde, não é arrogante, é padre e usa batina; e com ataques pesados aos padres que não usam batina, deixando claro que a batina protege o padre contra o assédio das mulheres… Chega ao ponto de dizer que a batina é a “maior identidade sacerdotal”. Ora, padres e leigos sabem muito bem que o hábito não faz o monge. Confunde uniforme com identidade e identificação com identidade… Vão por aí as diatribes e o desfile de suas mágoas contra o boicote sofrido…
Mas ele não é o único. Há ex-religiosos famosos que falam contra as ordens e congregações que pagaram seus estudos, dizendo que lá não podiam exercer a caridade nem cuidar de sua família… Outros chamaram a gravadora católica, onde começaram, de incompetente ou de gravadora de fundo de quintal… E houve quem não hesitou em dizer que no Vaticano foi tratado com truculência. Como ninguém esteve lá para ver, fica a palavra dele contra o Vaticano que não costuma dar esse tipo de entrevistas-resposta aos padres insatisfeitos que atacam suas doutrinas ou disciplinas. Não satisfeitos em discordar, semeiam discórdia!
O fato triste e digno de um debate é que pregadores estão indo à mídia lá fora, lavar a roupa suja de seus conflitos com as autoridades de sua igreja. Não são poucos os que deixam as comunidades religiosas que os formaram para trabalhar como gostam e no que gostam, numa outra diocese. E vão sem a menor culpa. E há os que mudam de diocese, para estar diante de microfones e câmeras, ou para tocar adiante seu projeto pessoal que acham mais importante para a Igreja do que os projetos do grupo religioso onde pronunciaram seu voto de obediência…
| Diante das exigências de seu grupo que, agora, depois da oportunidade de ser eminentes lhes parecem absurdas, simplesmente saem em busca de um púlpito mais aberto às suas aspirações. Talvez estejam certos, talvez não! Mas a ingratidão com que se portam, mostra que escolheram a si mesmos e o seu projeto. Não há retribuição…
O que deve ser objeto de reflexão é a franca disposição de pressionar o bispo, a diocese ou a ordem a reconhecer os seus talentos. Valem-se de todos os meios, inclusive a estratégia de expor para o país inteiro seu conflito pessoal com as dioceses onde atuam. O bispo, que não é tão famoso, acaba em situação delicada. Não pode falar o que sabe e não pode expor ainda mais o pregador que já se expôs além da conta! O padre queixoso aparece como vítima que até cai em depressão, porque a diocese não reconheceu a sua liderança…
Está tudo claro e sem rodeios nas entrevistas tipo lavanderia! Na era das eminências que mais do que auto-estima vivem um clima de altíssima estima de si mesmos, um pouco de ascese não faria mal aos futuros comunicadores da fé. Se não forem reconhecidos, com ou sem batina ou colarinho, mostrem que realmente têm fé e seguem os evangelhos. Perdoem e recolham-se à sua significância que nunca será insignificância, mas que também não pode ser supra-relevância.
Ficar deprimido porque não foi valorizado na vinda do Papa? Um pregador da fé? Não teria sido muito mais cristão manter a boca fechada, solicitar audiência, ir ao líder da diocese e ali derramar suas mágoas? Tinha que ir às páginas amarelas de uma revista que sabidamente não prima em elogiar a Igreja que o ordenou pregador? Francamente! Institua-se urgentemente nos seminários desde o primeiro ano um curso de Prática e Crítica de Comunicação. É que algumas atuações têm andado abaixo da crítica!…
25/05/2011 – Texto de um dos maiores autores católicos mais lidos do Brasil e do mundo. Autor de varios cd's, livros e dvd's um dos pregadores cristãos mais reconhecidos do Brasil, PADRE ZEZINHO SCJ como é conhecido pelo povo, mas seu nome é JOSÉ FERNANDES DE OLIVEIRA.
Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/novosite/index.php

Para os que querem ser amigos nas demoras...

...As pessoas que, de ingresso na mão, depois de muito olhar, ainda não embarcaram,preferindo olhar e até admirar a barca das Amizades, mas do lado de fora.
... As pessoas que se decidiram por outra barca e agora pensam em voltar... Da qual ainda possuem o bilhete de entrada.
...Aquelas outras pessoas, a quem porventura interesse saber e experimentar uma Amizade e um pensamento diferente, para por em pratica uma sincera e verdadeira Amizade no Ágape que é Jesus.
Atos isolados não nos fazem amigos. Amizade é soma de partilhas e que torna um ato de atitude em amar a pessoa, até mesmo pelo seu jeito de pensar e de viver a vida. Ai sim poderemos dizer que amamos, pois amar as pessoas é uma ligação direta com Deus para que tornem Amigos em sua eternidade. Amigo não é coisa de um dia, e nem de uma semana, nem de um mês, é por toda vida.
Quando elegemos uma pessoa como nossa amiga, confiamos os sentimentos mais íntimos de nossa história para que na partilha, ha dor daquela hora possa se tornar mais leve. São para isso que os amigos são amigos eles nos ajudam e nos dão forças para continuar nosso caminho e dizer estou aqui e só isso basta para viver. Estar aqui significa dar forças, mas por vezes é para pedir forças e nesse empate constante que a vida nos leva teremos que eleger pessoas selecionadas para partilhar nossa vida, pois na dor não queremos ‘amigos’ de copo, ou de fofoca, mas queremos alguém que nos enxergue além, que enxergue nosso avesso com calma e a demora que precisamos ser olhados naquela hora, para que possamos retomar o rumo de nossa vida.
Na vida muitas pessoas nos enxergam depressa demais e com isso correm o risco de nos imaginar melhor ou pior do que somos é ai que mora o perigo. Quando olhamos depressa nossos olhos não enxergam os avessos, aquelas qualidades que precisam ser olhadas com calma para que possa ser apreciada, experimentada com calma para que possa sair do cronos e entrar no kaíros para se tornar eternidade em nós e na pessoa que olhamos, pois as melhores qualidades nascem de um olhar demorado e não de um olhar apressado. Quem olha depressa demais não sabe para onde estão indo e nem a onde querem chegar.
Saibamos olhar, para que sejamos felizes no futuro.
Desejoso de um olhar demorado em nossos avessos...

Rafael Camargo